Não me lembro ao certo quando ouvi falar sobre Quebec City, mas sei que essa cidade charmosa já tinha espaço garantido em um futuro roteiro pelo Canadá.
Ela é a capital da província de mesmo nome e possui cerca de meio milhão de habitantes. É o berço da colonização francesa na América do Norte (francês é o idioma oficial por lá, mas a maioria das pessoas fala bem também inglês) e fica a aproximadamente 200 quilômetros de Montreal, que é a maior cidade da província. Como nosso voo chegava em Montreal, começamos o roteiro por lá e após alguns dias seguimos de trem até Quebec City.
O trem é uma opção fantástica pra viajar pelo país. É prático, barato e de boa qualidade. Eu só evitaria usa-lo em trechos muito longos e com muitas paradas (nesse caso o avião continua sendo a melhor escolha). A Via Rail opera trens diários entre as cidades, em vários horários. A viagem leva pouco mais de 3h (o trem não é de alta velocidade), mas é super agradável e atravessa algumas paisagens bem lindas. Ah, também tem wi-fi a bordo.
Quem chega de trem vai parar na estação Gare du Palais, que fica bem localizada ao lado do porto, e dali você pode ir a pé até a maioria dos hotéis. O hotel que ficamos é o Le Saint Paul, que está a poucos passos da estação e foi uma grata surpresa. O hotel fica em um prédio antigo, como boa parte das construções de Quebec, mas o interior é renovado e os quartos são bem modernos, com banheiros enormes e bem limpo, além de ter um bom atendimento. O hotel fica bem na frente do mercado do porto, uma atração da cidade.
A cidade de Quebec fica às margens do rio São Lourenço (St Lawrence) e cresceu em meio à colina, possuindo uma cidade baixa e uma cidade alta. A cidade baixa (Basse Ville) margeia o rio e foi onde os primeiros imigrantes franceses se fixaram, estabelecendo o comércio de peles pelo porto. A cidade alta (Haute Ville) é marcada pelas fortificações que lembram a época em que foi alvo da disputa entre franceses e ingleses. As duas partes são ligadas por estradas (na parte não murada) e também por um funicular, que custa 2,50 dólares canadenses.
A região próxima do funicular é conhecida como Quartier Petit Champlain, considerado o bairro comercial mais antigo da América do Norte. Casinhas típicas, ruas estreitas, afrescos, lojas e cafés fazem parte do cenário. Por ali também está o Musée de la Place Royale, que conta a história da cidade e do Canadá através de um filme 3D bem legal.
A Velha Quebec (Old Quebec ou Vieux–Québec), que fica bem no núcleo, é a parte da cidade que é cercada por uma muralha, sendo o único bairro fortificado da América do Norte em que as muralhas ainda estão de pé, e foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1985.
A arquitetura chama atenção. As casas parecem ter saído de um filme antigo e é uma delícia passear pelas diferentes vielas que aparecem. São mais de 400 anos de história retratada, já que a cidade foi fundada em 1608.
A Velha Quebec é, de fato, a parte mais envolvente da cidade. É uma parte relativamente pequena e fácil de ser explorada a pé.
Não deixe de ir na Catedral de Notre Dame e fazer o passeio guiado. Saindo dali poucos passos te levam até o Chateau Frontenac, o hotel mais fotografado do mundo e símbolo da cidade. Além disso, ele é famoso por ter sido palco de uma reunião secreta entre Churchill e Roosevelt para planejar a invasão da Normandia, que pôs fim à Segunda Guerra Mundial – momento em que um forte aparato de segurança foi montado na cidade, e a população não sabia o que estava acontecendo. É possível fazer um tour guiado por 20,00 dólares canadenses (15,00 para hóspedes).
Na frente do hotel fica o Terrace Dufferin, um calçadão de madeira que tem uma vista super bonita da cidade e do rio. Siga o calçadão (que se torna um caminho) por uns 10 minutos e você chegará na Citadelle, forte e museu onde ocorre a troca da guarda nos meses de verão. Ande mais um pouco e você chegará nas Planícies de Abraham, local que foi palco das batalhas entre franceses e britânicos, e hoje é um parque.
Nessa região está o Museu Nacional de Belas Artes, e a Avenida Grande-Allée que é a avenida dos restaurantes e bares.
Seguindo por essa avenida, a esquerda, estará o Parlamento de Quebec. A continuação da avenida se transforma na Rua Saint Louis, também cheia de restaurantes, e que te levará novamente à frente do Chateau Frontenac.
Outro museu importante da cidade é o Museu da Civilização, que fica perto do porto, na cidade baixa, mas quando fomos estava fechado por ser segunda-feira. Aliás, alguns museus não abrem nas segundas-feiras, é bom ficar atento.
Dicas finais:
- A moeda local é o dólar canadense – 1 dólar canadense vale cerca de 2,50 reais.
- Além do passaporte também é preciso um visto pra entrar no país (é possível tirar online com posterior envio do passaporte para o consulado em São Paúlo). Existem tratativas do governo para isenção de visto para brasileiros, mas por enquanto ele ainda é necessário.
- A cidade é pequena e relativamente fácil de ser explorada. Ficamos por 2 dias em conseguimos ver tudo.
- Faz muito frio por lá! Nossa visita foi no mês de abril (primavera), e ainda pegamos bastante frio, com montes de neve congelada na beira das calçadas. No dia em que chegamos fez 2 graus, com garoa. O dia seguinte melhorou e abriu um sol lindo. A partir de abril o clima começa a esquentar e ficar agradável, mas as árvores ainda estão completamente secas. Se for em setembro/outubro (outono) você pode ver o espetáculo de cores das folhas do bordo canadense.
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